Autorizações de Residência para actividade de Investimento (ARI) dispararam dos 53 vistos atribuídos em Abril para os 270 registados em Maio. O valor médio de investimento foi de 568 mil euros.
O mês de Maio conseguiu assumir-se como um dos melhores meses de sempre para Portugal em termos de investimento imobiliário no âmbitos dos Golden Visa, apesar do estado de calamidade e das respectivas restrições à mobilidade (nacionais e internacionais). Em Maio foram atribuídas 270 autorizações, quintuplicando o número apurado no mês anterior.
"Os números destacam-se não tanto pela sua dimensão, mas pelo acto de curto-circuitarem uma tendência de um certo aparente esgotamento que este veículo de investimento evidenciava ao longo dos últimos dois anos”, escrever Manuel Braga, no relatório. Mas há duvida sobre se o dinamismo detectado em Maio será para manter.
O “aparente esgotamento” pode ser intuído nos números de Golden Visas atribuídos em Portugal no mês de Maio dos anos anteriores: 81 (2017), 120 (2018) e 82 (2019). Mas é mais claro se se analisar o numero de ARI atribuídas nos meses imediatamente anteriores: disparou dos 55 registados em Março e dos 53 de Abril para os 270 verificados em Maio. O melhor mês de sempre havia sido em Abril de 2017, com cerca de 300 ARI atribuídas.
O valor médio de investimento por Golden Visa atribuídos em Maio de 2020 foi de 568 mil euros.
A sustentar esta subida em Golden Visas estiveram os investidores chineses e brasileiros (e em menor grau, norte-americanos, indianos e turcos) que, ao investir no imobiliário nacional procuram “assegurar a aquisição de activos seguros, que lhes garantam uma elevada protecção face a desvalorizações cambiais nos seus países de origem e que lhes permitam abrir uma janela de oportunidade, caso haja a necessidade de ter acesso a um espaço económico, político e sanitário seguro, como é o europeu, num contexto global”.
O facto de os preços no imobiliário não terem sofrido quaisquer oscilações significativas ("muito por via da tranquilidade que as moratórias bancárias e os layoff vieram assegurar") e o facto de as novas angariações continuarem a níveis estáveis ("ao contrário do que aconteceu em grande parte dos mercados europeus e norte-americanos") contribuiu para que investidores nacionais e internacionais tenham decidido apostar em Portugal.
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Fotografia de Nienke Broeksema em Unsplash